sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aprenda a ter um animal de estimação 2 em 1

Pra variar, coisas desse tipo só podem vir do oriente. Que, apesar de ser uma região onde mais se trabalha no mundo, o povo ainda tem tempo pra ficar criando coisas como essa.



Seria um POONDA, PANDLE, CÃODA ou PANCHORRO??
Apresentado em uma feira de animais em Xangai, na China, o probre Poodle foi tosado e pintado para parecer um urso panda.

A notícia é do G1.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Que tal encher a garrafinha?

Nunca mais essa frase terá o mesmo sentido depois da inovação produzida por uma empresa gaúcha a pedido da Pepsi. Tomar chimarrão na Redenção tambem passará a ter outro tom.

Mas o que tem a ver Pepsi e chimarrão?

Foi instalado no parque da Redenção, em Porto Alegre, um equipamento que, ao acoplar a garrafa térmica e seguir as orientações que o mesmo fornece, enche a garrafa térmica com 900ml de água quente (78° C).


Pra quem sai com uma garrafa numa mão e a cuia na outra, pelo menos da Redenção, vai poder curtir muito mais o mate.

Baita ideia pra um povo que cultiva a cultura como algo primordial.

Para ler a notícia completa e acompanhar mais detalhes, acesse: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a2931818.xml

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Google Mania

Há um tempo atrás, quando eu pensava em uma ferramente de pesquisa na internet, sempre me vinha a mente o CADÊ.

O tempo passou e o hoje é inegável o poder e o domínio do GOOGLE. Seja pela busca ou pelas outras ferramentas disponíveis, a empresa se tornou muito popular, até mesmo pra quem não lida muito com computador.

Como minha página inicial é http://www.google.com.br, quando abri, há uns 2 minutos atrás, me deparei com o famoso jogo PAC-MAN. É costume do Google homenagear algum evento marcante ou alguma data e, para isso, usam da marca em algo que faça alusão a tal comemoração. Na data de hoje o velho jogo da minha infância faz 30 anos (mais velho que eu)... e qual não foi minha surpresa quando vi o próprio jogo disponível na página do Google, com som e tudo?! Incrível. E os obstáculos são as letras G-O-O-G-L-E. Como pode se ver abaixo.



Tiro meu chapéu.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quanto sonhar?

A ciência teima em querer impor certos padrões para a vida das pessoas. Existem aquelas que não ligam para isso e simplesmente vivem de acordo com o que lhes faz bem. Para outras, o legal é seguir rigorosamente a tudo que indicam ser bom para sua vida.

Mas será que o que vale para uns vale para outros? É lógico que não.

Cada um tem seu metabolismo. O relógio interno de cada um "tik-takeia" conforme é a vida da pessoa. Não é um mecanismo que reage universalmente. Muda de pessoa para pessoa.

Estou falando isso pelo que diz a matéria abaixo. Ela foi publicada no Blog Vida Saudável, que é uma extensão do Caderno Vida Saudável, publicado mensalmente no jornal Pioneiro, do RS.


Não sou só eu que discordo do que está escrito ali. Os comentários abaixo também estavam de acordo com o que eu penso. Não existe quantidade exata de sono. Tem quem não precise de 8hs de sono por dia e aqueles que precisam de mais. Cada um tem uma necessidade.

Eu, por exemplo, tenho uma rotina de sono totalmente desregrada. De domingo a quinta durmo, geralmente, em torno de 6 horas por noite. Repondo o sono apenas no fim de semana. E minha fome é sempre igual. Não engordo nem emagreço. Ou seja, comigo a ciência errou feio. Isso, apenas para citar um exemplo.

NO - regras impostas!
YES - viva como for melhor pra você!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

NO LIMITE...

...DA PACIÊNCIA... No limite da paciência, mesmo!!!



É incrível como as pessoas ainda perdem seu tempo com entretenimentos fúteis e fantasiosos. São realidades mentirosas e incrementadas, que fazem as pessoas fixarem suas atenções em seus televisores e torcer pela vitória de um ou outro.

O Programa No Limite, embora eu não assista, é composto por homens e mulheres com porte físico saudável e vidas nem um pouco complicadas, aparentemente. O que se via, antes de começar o programa, eram pessoas que, com toda certeza, poderiam participar do BBB, seja pela beleza ou pela vida que têm.

O que interessa às emissoras é colocar gente bonita na telinha e encher o bolso com a “propaganda” que faz das sub-celebridades saídas de reality shows. É triste imaginar que existem pessoas que se enganam por meras aparências.

Se o No Limite quer enfatizar a luta pela sobrevivência, por que não pega 12 habitantes dos confins do Nordeste ou miseráveis ribeirinhos do Norte, pessoas que lutam para sobreviver? Por que não pegam gente que, na vida real, já luta por um pedaço de pão duro, uma fruta podre ou busca comida em lixões para alimentar a família???

Cansei de programas que valorizam a sub-inteligência de rostinhos bonitos. Cansei de darem a fortuna de R$ 1 milhão, ou R$ 500 mil, que seja, para pessoas que buscam a fama a qualquer custo, enquanto milhares por todos os cantos vivem com menos de R$ 1 real por dia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Duplamente Imortal

Se Collor já era imortal pelo fato de ser o único presidente brasileiro a ser tirado do cargo por impeachment, agora será pelas mentiras descaradas, digo... discursos efusivos e artigos que já escreveu.

Como a Academia de Letras de Alagoas está com a cadeira 20 vaga e ele foi o único que manifestou interesse pela posição, provavelmente, será imortalizado. O problema é que ele ainda não publicou nenhuma obra. Então, para requerer a destacada posição, apresentou diversos discursos e artigos. A justificativa para a escolha de Collor deve ser feita com base em seu talento como mentiroso, digo... orador, e pelos seus discursos mentirosos, digo... áridos, no Plenário do Senado

O título do futuro livro é A crônica de um golpe. A tônica será a sua versão sobre o impeachment, que, ao que tudo indica, fará com que o livro seja classificado como ficção científica (hahaha).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

É Proibido Fumar...


A notícia abrange apenas os Paulistas, mas é importante o conhecimento de todos.

Dentro de alguns minutos, a partir das 0hs de sexta-feira, 500 agentes da lei antifumo sairão às ruas de SP para fiscalizar estabelecimentos que estiverem descumprindo a nova lei que proíbe o uso de cigarro em ambientes fechados.

É algo interessante e que dará o que falar.

De um lado os fumantes, sedentos por um cigarrinho, que terão de sair de ambientes fechados para satisfazer seu prazer. E, do outro, aqueles que não fumam, mas que, por diversas vezes, são prejudicados pela fumaça alheia.

Como um não-fumante que destesta cigarro, é impossível deixar de me manifestar favoravelmente a ação imposta em SP. Além dos fumantes poluírem o ambiente, prejudicam a saúde dos que o rodeiam. Essa parece uma medida simples, embora polêmica, mas que trará benefícios futuros à população Paulista. Se todos acatassem essa lei, poderiam acabar com um grande problema em todo o mundo, o dos fumantes passivos.

Que logo essa medida se expanda e atinja todo o país, para que todos se beneficiem.

Vale lembrar que, os estabelecimentos que não cumprirem a nova lei, poderão ser multado de R$ 792,50 até o seu fechamento por 30 dias.

Para a notícia completa, acesse o link: http://br.noticias.yahoo.com/s/06082009/25/manchetes-0h-agentes-blitze-fiscalizar-lei.html.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mussum, um baita Trapalhão



Às vezes só lembramos de certas coisas quando alguém nos faz lembrar. E foi assim com o Mussum. Esquecer, CACILDIS, jamais esqueci... mas fazia muito tempo que a lembrança dele não me motivava a algo.

Hoje, post para aquele que morreu há 15 anos e, na minha opinião, o melhor dos Trapalhões. Malandro, boa praça, engraçado... era difícil não rir das piadas simples, mas bem trabalhadas, que soltava. Pra mim era o único que sempre fazia todos das boas gargalhadas. Época boa em que o humor era feito com simplicidade, sem forçar a barra ou abusar de piadas imbecis.

Para saber mais detalhes da vida dele, que também era sambista, é só clicar no link:


Abaixo 2 vídeos que mostram o quanto era bom esse cara.






segunda-feira, 20 de julho de 2009

A "viagem" do homem à Lua

Há 40 anos atrás Neil Armstrong dava um “pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. Hoje são completados 40 anos da história mais impressionante e contestável que já se ouviu falar.

Viajando na Apollo 11, os astronautas americanos fariam uma das viagens mais arriscadas e esperadas na grande corrida espacial que existia entre EUA e União Soviética. Aquele “pequeno passo”, para o país “dono do mundo”, era uma vitória contra os inimigos de Guerra Fria.

Mas, segundo muitos céticos, a corrida não era tão real quanto parecia. E, sim, criada pela indústria cinematográfica americana (provavelmente por jovens e criativos diretores, como Kubrick).

É incrível como coisas inimagináveis transformam a vida das pessoas, quando são tidas como verdadeiras. Mas, e sendo a mais pura verdade recheada de traços questionáveis, a história não pode ser admitida como irreal? Será que os indícios que tentam provar que o homem não foi à lua são mentirosos? Ou será que a farsa está no que televisões do mundo todo mostraram, naquele 20 de julho de 1969?

Abaixo, segue um vídeo que mostra alguns detalhes que intrigam e deixam uma pergunta: foi ou não o homem à lua?


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Olhar

É através de "pequenos" gestos que muitas vezes nos damos conta de coisas mínimas. Hoje aprendi o quanto um olhar pode "falar". O olhar são os 3 pontinhos (reticências) das frases, como pausa na fala e não no pensamento. E isso é o que preocupa.

Em um momento nada agradável do dia ouvi fortes palavras, mas o que mais me marcou foram as formas de olhar. Olhar incisivo, dilacerante, agressivo, revoltado. E na intensidade da noite, pensei o que um olhar revelaria nas entrelinhas, como poderia ser traduzido.


Pode ser:

  • Será que ele não vai tomar uma atitude?
  • O que será que ele tá querendo?
  • Por que ele não responde?
  • Que chato!
  • Por que ele não vai embora?!
  • Até quando vou ter que aturar esse BLÁ, BLÁ, BLÁ?!

Ou... o pior:

  • $#*§~+&%¢¬£#%

E o olhar direcionado para mim, com certeza, se pudesse ser reproduzido sairía como a última tradução.

Muitas vezes apenas um olhar é pior que ouvir duras palavras. Até porque o simples olhar pode ser mais afiado que a espada que atravessa a carne.

Da próxima vez que alguém apenas lhe olhar imagine o que a pessoa pode estar pensando... E tente não ficar assustado!!!

domingo, 28 de junho de 2009

As Legítimas que Todo Mundo Usa

Hoje eu estava caminhando, quando olhei para o chão. Calçava um par de Havaianas azuis. E lembrei de quando era pequeno.

A lembrança era de um dia em que meu chinelo tinha arrebentado e, para substituir, só sobrara um par de Havaianas para calçar. Era daquelas “antigas” com tiras azuis e a parte de cima do solado branca. Aquilo para mim era uma afronta, me rebaixava, denegria minha imagem... era “chinelo de pobre”.

Voltei a mim e me senti confortável com meu par de Havaianas.

É incrível como uma boa ideia muda completamente a visão de um produto. As “antigas” Havaianas com design nada atraente não “enriqueciam” o produto. Faziam com que fosse o pior dos chinelos. Apesar de ser muito bem vendido, pois era um “chinelo popular”.

A mania de virar a parte branca para baixo, que fazia as Havaianas serem de uma só cor (até 93 eram 8 cores), fez com que criassem as Havaianas Top (passando para 20 cores). Aliando isso com grandes famosos, o slogan passava de “Havaianas. As Legítimas” para “Havaianas. Todo Mundo Usa”.

Hoje ela é mundial e tem vários estilos. Várias cores, estampas e modelos.

De “chinelo de pobre” a mundialmente conhecido, as Havaianas provam que boas ideias e renovação mudam o rumo das coisas e são a grande sacada do marketing.


Acesse o site e confira a história completa das Havaianas: http://www.havaianas.com.br/#/history

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Qualidade onde?

Lendo o caderno dominical de Variedades, do Diário Catarinense (jornal de Santa Catarina), tive uma triste constatação: A TELEVISÃO ABERTA É POBRE!!! De várias matérias veiculadas ali apenas umas 3 ou 4 eram sobre programas e/ou emissoras de TV ABERTA. O resto fazia parte da programação de emissoras da TV PAGA.



Mesmo que muitas pessoas hoje em dia possuam acesso a esse tipo de entretenimento, grande parte daqueles que compram o jornal no domingo em busca dos anúncios de emprego nunca ouviram falar em seriados como House, Saving Grace, Breaking Bad, etc.

A TV que hoje está disponível para a população de baixa renda não é capaz de educar, mobilizar ações culturais e trazer programas que desenvolvam alguma forma de entretenimento sadio. Muito ao contrário dos Reality Shows, programas de auditório e idiotices que denigrem e abusam da imagem sofrida do povo. Verdadeiro incentivo à CULTURA INÚTIL.

A única emissora que traz um certo grau de intelectualidade à população é a TV CULTURA, mas é tão deplorável a qualidade do sinal que, na maioria das casas, nem pega. Nem colocando o velho bombril na ponta da antena.

Ao invés de ficarem dialogando sobre a necessidade, ou não, de trabalho jornalístico com diploma obrigatório, que fossem em busca de algo que enriquecesse a TELEVISÃO.

Como diriam os Titãs:

A Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais...

É que a Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...

Vídeo abaixo com a música completa!!



segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ele voltou...

Eu andava pelo meio do supermercado quando, para minha surpresa, me deparei com algo que me remeteu à infância. Sentia como se ele me chamasse. Não pude resistir e voltei. Então vi... era ele mesmo!!

REFRIGERANTE TEEM!!!

Eu parecia criança em loja de brinquedos. Era como um carrinho novo, uma bola nova. Me encantei ao vê-lo novamente nas pratileiras, disponível aos clientes.

Por que tamanha excitação com um mero refrigerante??

Uma volta ao passado: quando pequeno, sempre lembro minha mãe me oferecendo TEEM. Não era SPRITE ou SODA, era TEEM. Ele era sinônimo de refrigerante de limão. Estava sempre entre as opções de fim-de-semana lá em casa e, geralmente, era a escolha que fazíamos.

A história do refrigerante é curta: foi lançado em 1978, pela Ambev, mas no Brasil só chegou em 1995 para ser o concorrente da SODA. Seu principal slogan é O Melhor Refrigerante de Limão. Pelo que notei ele é só comercializado no Rio Grande do Sul.

Não sei se ele voltou ou só andou em baixa, mas sei que fiquei muito contente de vê-lo novamente em supermercados. Embora digam que é um refrigerante de pequeno porte ou tenha um "baixo desempenho", com certeza farei com que ele continue fazendo parte da minha família (agora com outros membros).

Só falta voltar a Mirinda e o Guaraná Charrua... aí fica perfeito!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

E o prêmio vai para...

... Kate Moore!!!


Essa menininha americana de 15 anos, ganhou ontem uma premiação inusitada. É um campeonato que testa a habilidade de jovens em uma atividade corriqueira em suas vidas: o envio de mensagens SMS (mensagens de celular).

Ela desbancou 20 finalistas e mostrou ser muito habilidosa nas provas de escrever mensagens com olhos vendados ou andando por uma pista de obstáculos. Sua rapidez e precisão nas mensagens lhe renderam o prêmio, patrocinado pela LG. Bom, para ela também não devia ser difícil passar por testes assim, já que manda cerca de 14.000 mensagens por mês. Fazendo alguns cálculos rápidos:

14.000 por mês
± 467 por dia
± 19 por hora


Essa guria vive pro celular e suas mensagens!!!

Como prêmio, além do “Troféu Dedos-Mais-Rápidos”, embolsou US$ 50 mil e um celular novo! Que, com certeza, usará para mandar mensagens!!!

Agora pergunta se ela sabe alguma coisa do que estuda na escola?! pfhh

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Operário em Construção

Com a mente na atmosfera precária da vida cotidiana postada no meu outro blog: http://contandoilusoes.blogspot.com/ acabei lembrando de uma poesia de Vinícius de Moraes - OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO.

Maior descrição realista e vívida de fatos ocorridos no dia-a-dia de um Operário não há. Vinícius aborda o tema com maestria e nos faz penetrar no ambiente que o Operário se põe. Para os mais "preguiçosos", o vídeo conta com a declamação do Poema (exceto pelo texto final e créditos que limitam a eficiência da interpretação). Já para aqueles que são apreciadores da boa leitura, segue o texto na íntegra.



Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.


Vale lembrar que, originalmente, o Poema começa com a citação do Evangelho de Lucas, Capítulo 5, Versículos do 5-8... BELA INSPIRAÇÃO!!!